Revista de Rádio Nº 593 - 26 de dezembro de 2024



Bloco 1:

Bloco 2:

INSTITUTO CULTURAL PADRE JOSIMO 

PROGRAMA REVISTA DE RÁDIO

Produção e apresentação: Frei João Osmar

593º programa: 26 de dezembro de 2024:

1- Resenha: No programa de hoje vamos tratar sobre a subjetividade como um dos pontos de virada para a sociedade lutar contra os desafios da exploração capitalista e da desesperança decorrentes da emergência climática, segundo a filósofa, escritora e professora Marcia Tiburi. Sigo aqui reportagem publicada no site do Brasil de Fato desta semana que você pode acessar na íntegra clicando no site a seguir:                                                                        Marcia Tiburi: ‘O grande desafio da | Podcast | Rádio Brasil de Fato

Esse “olhar para dentro” é atribuído a um contexto de relações permanentes de opressão. “Nós, enquanto sujeitos, somos pressionados a nos moldar para atender às exigências desse sistema”, afirma. “Essa lógica não só objetifica corpos, mas também transforma o tempo, o pensamento e as relações humanas em mercadorias”, complementa, em entrevista ao programa Bem Viver.
A filósofa também aponta para as redes sociais como um dos mecanismos mais recentes e poderosos de perpetuação do que ela chama de “capitalismo do espetáculo”. “Hoje, a imagem é a nova mercadoria”, explica. Se antes o espetáculo estava restrito à contemplação de estrelas de cinema ou de televisão, agora cada indivíduo é protagonista e consumidor de sua própria imagem. A exigência de “instagramabilidade” — a construção de uma aparência ideal nas redes — intensifica o sentimento de alienação e o vazio gerado por essa busca incessante por validação social, avalia Tiburi. “Hoje em dia, o vedetismo é o novo lugar de exercício do capital. A imagem se tornou o fetiche máximo”, reflete ao destacar uma idolatria da imagem e a superficialidade no mundo digital. Nesse cenário, de acordo com Tiburi, a psicanálise emerge como uma ferramenta importante para lidar com as questões subjetivas dessa era. “Se as pessoas conseguirem viver momentos sem precisar transformá-los em fotos para o Instagram, talvez tudo fique menos difícil”, sugere diante da lógica da espetacularização da vida.

Tiburi afirma que o cenário que vivemos é desesperador, por conta do “capitalismo que é um sistema de fundo ontologicamente escravizante”. Mas a esperança é apontada com a filosofia e a psicanálise, que podem oferecer caminhos para resistir a essas imposições. “O desafio é repensar o que significa viver coletivamente em tempos de crise e desencanto“, afirma. Segundo ela, é preciso encontrar formas de romper com a lógica compulsória do capital e cultivar um senso de comunidade que valorize as singularidades e subjetividades humanas. A reflexão proposta por Márcia Tiburi ressoa como um convite para transformar o desencanto em ação crítica e buscar alternativas para um bem viver mais coletivo e sustentável. “Talvez o grande desafio da nossa época seja nos apossar de nós mesmos. Nos devolver a nós mesmos, à nossa subjetividade, ao nosso pensamento, à nossa capacidade de pensar, sentir, e acreditar, inclusive num outro mundo possível. E de acreditar é que podemos agir de outra maneira na construção desse mundo possível”, aponta.
Dessa forma, Tiburi sugere pequenas utopias possíveis na vida cotidiana como resistências às opressões na subjetividade, a exemplo de não se sentir na obrigação de “postar uma vida feliz” nas redes sociais, em que mais vale “conviver com a poesia do instante como forma de sobreviver ao sistema”. Dessa forma, com essa presença também de subjetividades, ela defende a preservação de espaços que não sejam redutíveis à lógica da mercadoria como um ato de resistência. “Quem ainda vive a própria subjetividade, mesmo que com sofrimento, ainda está vivo”, afirma.
2- Testemunho/entrevista: Hoje vamos continuar ouvindo o testemunho de Gerson Antonio Barbosa Borges é doutorando em Geografia, ativista dos Movimentos sociais do campo e grande animador da Missão Sementes de Solidariedade. Participou da COP 29 em Baku, Azerbaijão em novembro último, representando o MPA e a Via Campesina/ Brasil. A entrevista foi dada ao Podcast De Fato com a duração de aproximadamente uma hora. Eu o converti em MP3, editei e o transformei em três programas para o “Revista de Rádio”. A seguir o link com a entrevista completa: 

‘Discussões na COP não resolvem | Podcast | Rádio Brasil de Fato

 3- Música: Chegada, Terno de Reis da Família Silva, gravado em CD com a chancela da FUNDARC/Prefeitura Municipal de Gravataí, RS;

4- Fotos da internet: Capa do CD Terno de Reis: