PROGRAMA RAIO X RURAL - Nº 58 - 18 JUNHO 2025

Bloco 1:
Bloco 2:
ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA – EFA CENTRO RS
Programa Raio X Rural
Produção coletiva pela Equipe de divulgação da EFA – Centro e apresentação: Lisandro R. Montagner
58º programa: 18 de junho de 2025
Resenha:
– Informações:
1) Estava previsto para acontecer na última terça-feira dia 17 e na quarta feira dia 18, dois dias de campo na sede da EFA- Centro, junto ao Seminário Franciscano em Agudo. Em virtude da previsão de fortes chuvas para todo RS , os eventos foram cancelados para outra data ainda a ser definida. Os dias de campo fazem parte da contra partida que a EFA Centro se propôs a realizar para os alunos da Rede Municipal de Ensino do Município Agudense, quando do repasse financeiro por parte do Executivo Municipal. Serão disponibilizados ao total 6 dias de campo para os alunos das séries finais, participarão um total de 538 alunos.
2) – A parceria entre órgãos públicos e as EFAS são muito importantes para a viabilidade econômica das Escolas Famílias Agrícolas. A Prefeitura Municipal de Venâncio Aires e a EFASC de Santa Cruz do Sul, anunciaram a renovação do contrato, fortalecendo ainda mais o compromisso com a educação e o desenvolvimento do campo. E neste ano de 2025, o aporte do financiamento teve aumento para 70%.
Essa parceria reafirma a importância de investir em um modelo educativo que valoriza a realidade do estudante, promovendo o protagonismo juvenil, a agricultura familiar e a permanência dos jovens no meio rural com qualidade de vida. No total, 12 alunos foram beneficiados com esta renovação de contrato.
3) – O Festival Gastronômico das Cores e Sabores que é promovido pela Emater, Equipe do SemiArte, Associação dos Artesões de Agudo e Grupo de Feirantes, que acontece tradicionalmente no mês de junho, tevê seu cancelamento confirmado na última quarta-feira, devido a atual situação provocada pela enchente. O festival gastronômico cores e sabores, aconteceria nos dias 28 e 29 de junho junto aos Volksgarden em Agudo. Novas datas sobre a realização do evento serão divulgadas nos próximos dias.
4) – BBC News Brasil – Tradições regionais guardam suas especificidades também nas festas juninas. Paçoca, pamonha, pipoca, bolo de fubá, canjica, curau, pé de moleque, maçã do amor. Vinho quente e quentão. Brincadeiras de pular fogueira e dançar a quadrilha. Chapéu de palha, camisa xadrez, calça com remendos. Bombinhas e rojões, fogos de artifício. Bandeirinhas coloridas penduradas em varais de barbante.
No Brasil, as festas juninas foram reinventadas e se tornaram uma exaltação das raízes caipiras. E muito além da religiosidade, tornou-se tradição, folclore. Como se o ciclo se fechasse: o que nasceu como ritual gregário, de celebração social, e depois foi apropriado por uma religião dominante, acabou na cultura popular sendo devolvido ao sentido original — ou seja, a festa pela alegria de festejar.
Não à toa, a folclorista Laura Della Mônica registrou em seu livro Os Três Santos do Mês de Junho que “respeitar as festas e orações dedicadas a cada um dos três santos do mês de junho, segundo a tradição, é obrigação e dever de todos nós, pelo menos culturalmente”. O “todos nós” é o brasileiro. Porque mesmo nascida no Velho Mundo, as festas juninas assumiram uma identidade própria em território nacional.
“A colonização da América colocou novamente a questão [da apropriação cultural] para os jesuítas e todos os religiosos que se instalaram no continente sul-americano”, pontua a socióloga Rangel.
“No caso do Brasil, houve uma coincidência do calendário. No inverno seco, o solstício de inverno marca o período dos trabalhos agrícolas mais importantes. Do mesmo modo que, para os povos do hemisfério norte é o período de rituais de fertilidade, [a festa por aqui também vem] com as mesmas características, congrega as famílias na evocação da abundância.”
As tradições regionais guardam suas especificidades, como era de se esperar em um país de dimensões continentais. “Sempre foram festas e rituais populares”, salienta Rangel.
“No Brasil temos expressões regionais muito fortes: o São João nordestino, o Boi Bumbá da região norte, o Boi de Mamão no sul, Cavalhadas no centro-oeste e as festas do Divino Espírito Santo e muitas regiões, particularmente no estado de São Paulo.”
A pesquisadora comenta que “conforme os padres vão chegando nas paróquias, começam a interferir nas comemorações”. É quando vem o sincretismo: a festa popular também é festa católica, a quermesse organizada pela igreja também tem os rituais populares.
“Até hoje as paróquias, as igrejas, realizam festas juninas. Mesmo que as maiores festas estejam predominantemente tendo somente o caráter festivo, mais comercial, de exploração pelo ganho financeiro, as igrejas continuam fazendo comemorações aos santos juninos”, pontua Ikeda.
“Embora muitas pessoas não católicas também participem das festas, embora predomine uma visão genérica que as festas juninas não guardam mais relação com a religiosidade, há ainda um relacionamento das igrejas com esses santos juninos.”
Para ele, a evolução da festividade consiste no fato de que “toda aglomeração possibilita o incentivo ao comércio”. “E a alimentação está neste centro, na busca mesmo do repasto cerimonial e festividades, danças e músicas que sempre estiveram ligados aos antigos rituais.”
Ikeda lembra que a as festas populares têm uma importância antropológica por serem “práticas gregárias que ciclicamente comemoram a própria constituição, a própria existência das comunidades enquanto coletividade, a reunião de grupos humanos que preservam uma história comum”.
“No caso da feste junina, esse vestir-se de caipira, simbolicamente, é um instrumento de importância até emocional e psicológico para as pessoas se sentirem com a identidade ligada ao passado, aos pais e avós que praticavam aquilo, comemorando de forma parecida”, analisa o pesquisador.
“Assim, a prática possibilita a guarda de uma continuidade ao longo do tempo.”
5) – Músicas: Pedido a Santo Antônio – Amado Batista / Vaneira Santo Antônio – Grupo Renascença
Festança de São João – Grupo Cordiona
6) – Fotos/Dados pessoais: Arquivos pessoais – Internet