Revista de Rádio Nº613 - 15 de maio de 2025



Bloco 1:

Bloco 2:

INSTITUTO CULTURAL PADRE JOSIMO 

PROGRAMA REVISTA DE RÁDIO

Produção e apresentação: Frei João Osmar

613º programa: 15 de maio de 2025:

1- Resenha: No programa de hoje vamos continuar tratando sobre a inundação histórica que ocorreu há um ano no RS, com destaque para o colapso do sistema anti-cheias da Capital Gaúcha submergindo grande parte de Porto Alegre por semanas. Seguimos aqui material publicado no podcast De Fato, cujo link colocamos a seguir para quem quiser ter acesso ao material completo. Aqui a segunda parte do podcast.

‘Aconteceria tudo do mesmo jeito’: especialista denuncia que Porto Alegre continua vulnerável a enchentes – Brasil de Fato

Nossa gratidão ao Brasil de Fato RS pela parceria.

Porto Alegre um ano após a enchente de 2024 os riscos de novas inundações persistem, segundo Fernando Meirelles em entrevista ao IHU.

Na noite de 3 de maio de 2024 a reportagem do Instituto Humanitas Unisinos – IHU conversava com o professor e pesquisador Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisas Hidrológicas – IPH da UFRGS, quando o Rio Guaíba rompia o, então, recorde histórico de cheia de 1941, chegando a 4,77 metros de altura em Porto Alegre. A inundação atingiria ainda o nível de 5,37 metros, semanas depois, que somada à situação do Estado do Rio Grande do Sul, tornar-se-ia o maior desastre ambiental que se tem registro na história do Brasil. O fantasma do passado, porém, volta a assombrar o presente. No domingo, 4 de maio de 2025, o Centro de Monitoramento da Defesa Civil do RS atualizou o prognóstico meteorológico para os dias 7, 8 e 9 de maio, com a Alerta Laranja para chuva forte, com raios e temporais isolados com eventual queda de granizo e rajadas de vento na metade sul e oeste do Estado. Depois de conversar com a nossa reportagem na sexta-feira, 2 de maio, nesta segunda [5 de maio] o professor Fernando Meirelles compartilhou conosco os prognósticos dos modelos americano e europeu, que indicam a possibilidade de chover o acumulado de dois meses em quatro dias nessas localidades. O temporal previsto não causa surpresa para quem conhece esta região do país, mas o cenário, do ponto de vista da prevenção, não ter mudado significativamente um ano depois das enchentes é algo assustador.

“Em 2018 tínhamos 160 estações [pluviométricas e fluviométricas], em que algumas mediam chuvas e outras a chuva e o nível da água nos rios. Ao todo, 120 estações foram compradas pelo Estado e outras 40 doadas pela ANA. O número que estava funcionando na época das cheias era muito baixo, o que indica um abandono desse sistema contra inundações”, aponta Fernando Meirelles, professor e pesquisador do IPH em entrevista por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Só para se ter uma ideia da gravidade da situação, os recursos para implantação desse sistema foram da ordem dos R$7 milhões. Quanto à reconstrução do Estado, há mais apelo midiático que avanço concreto. “A maior parte das notícias e dos valores anunciados [do Plano Rio Grande] se referem às fases de reparação de estruturas, como estradas, ou ações de forte impacto midiático, como o desassoreamento. No caso do desassoreamento, os efeitos dessas intervenções não foram estudados e, portanto, não devem ser executados, pois podem agravar os problemas em outros pontos da bacia ou não terem nenhum efeito prático em uma nova cheia”, pondera. “Na minha opinião, o problema é complexo e merece uma análise ampla e completa, preferindo ações de prevenção, normalmente muito mais efetivas do que as ações de recuperação e restauração. Alguns estudos mostram que a prevenção pode gerar efeitos superiores a 20 vezes o valor investido ou mais do que isso”, complementa. Recentemente houve uma visita do governador Eduardo Leite e do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, à Holanda, para conhecerem as alternativas do país europeu. Por outro lado, há pouca escuta aos pesquisadores do IPH, que, além da qualificação técnica, são conhecedores de nossa realidade local. Diante disso tudo, o que se sabe é que, 12 meses depois, não estamos imunes a um novo colapso do sistema de combate às cheias, embora estatisticamente não seja provável, este ano, uma chuva com tal volume. “Ainda estamos vulneráveis e as ameaças, ampliadas pelas mudanças climáticas, persistem. Estamos na região do Brasil na qual são esperados mais eventos extremos, como estiagens e enxurradas. As soluções não são imediatas. A falta de implementação da Política Estadual de Gestão de Risco de Desastres, proposta em novembro de 2017 e até agora não apreciada pela Assembleia Legislativa, poderia ter aumentado a resistência e a resiliência e reduzido os danos, mas esse estudo não foi levado adiante”, frisa o entrevistado. Veja a entrevista completa em: Um ano após a maior enchente do RS, persiste o risco de Porto Alegre inundar novamente. Entrevista especial com Fernando Meirelles – Instituto Humanitas Unisinos – IHU

 2- Testemunho/entrevista: Hoje vamos continuar ouvindo o testemunho do ex-diretor do DEP, o engenheiro Vicente Rauber, e a líder comunitária Kátia Costa. Moradora do bairro Sarandi, ela dá um relato trágico de todas as suas perdas e as dos seus vizinhos e conta que a maioria dos moradores dos bairros atingidos pela cheia continuam sem assistência do poder público e em estado de pânico. Extraído do Podcast DeFato RS, primeira parte, cujo link encontra-se acima nesta página.

 3- Música: Súplica do Rio, com Dante Ramon Ledesma;

 4- Fotos da internet: IHU e Brasil de Fato RS: