Artigo

Revista de Rádio Nº506 – 27 de abril de 2023

Publicado em 27 de abril de 2023

INSTITUTO CULTURAL PADRE JOSIMO 

PROGRAMA REVISTA DE RÁDIO

Produção e apresentação: Frei João Osmar

506º programa: 27 de abril de 2023:

1- Resenha: Hoje vamos tratar sobre o tema mulheres, desta vez em dois âmbitos: no primeiro comentando a tese de Doutorado de Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto pela UNISC Universidade de Santa Cruz do Sul, RS que trata sobre os Saberes no Movimento de Mulheres Camponesas. Veja a tese na íntegra aqui: Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto.pdf (unisc.br) e na segunda parte o testemunho de uma mulher que dedica sua vida às lutas das mulheres urbanas.

Eis o Resuma da Tese da Sirlei.

A Construção de Saberes no Movimento de Mulheres Camponesas

A presente tese de doutorado analisa a construção de saberes no Movimento de Mulheres Camponesas – MMC, a partir do Programa de Sementes Crioulas, no oeste de Santa Catarina – Brasil. Partimos do princípio de que toda prática social produz conhecimento, desconstruindo a ideia de que haja apenas um conhecimento. Esse processo recupera e ressignifica valores presentes nas práticas e saberes tradicionais dos povos negros, caboclos, indígenas, bem como as lutas de resistência desses povos e das Ligas Camponesas, que sofreu impactos contextualizados no processo de desenvolvimento capitalista no campo brasileiro. As mulheres camponesas em movimento no MMC, antes invisibilizadas, na medida em que foram construindo práticas, elaborando saberes, foram também ressignificando e assumindose em sua identidade camponesa feminista. Participaram e criaram estratégias de lutas específicas e gerais, individuais e coletivas, de produção e reprodução da vida, na militância e fora dela. Cursos, trabalhos de base, lutas específicas e gerais, conjunturais e estruturais constituíram e fortaleceram a construção de saberes que foi gradativamente possibilitando novas formas de enfrentar as contradições vividas no campo. Nesse contexto, através da práxis, foram demarcando outras perspectivas, fazendo com que essa experiência fosse repercutindo no território, ali se fortalecendo e ganhando novos contornos. A questão de Pesquisa que nos colocamos foi: Como as práticas históricas e sociais das mulheres camponesas em movimento condicionam a produção de saberes e de fazeres no MMC no oeste catarinense? Para mostrar como esse processo foi se materializando, optamos pela abordagem materialista histórico-dialética. Para a coleta de dados, os procedimentos adotados foram autobiografias, entrevistas e Círculos Epistemológicos de Cultura – CECs, que foram registrados e acompanhados no diário de campo. Junto a isso, utilizamos fontes do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina – CEOM e do próprio Movimento, entre eles, informativos, arquivos, cartilhas, sítios eletrônicos, além da pesquisa bibliográfica. O recorte do tema tem como foco o Programa de Sementes Crioulas do MMC/SC. Em relação ao aprendizado considerado mais expressivo da pesquisa, evidenciamos que essa experiência inaugura e propõe uma Perspectiva Epistemológica Feminista Camponesa em construção no MMC. A pesquisa apontou especialmente aquilo que não está aparente, mas que é inerente ao processo social. Possibilitou-nos uma análise do processo de constituição do MMC sob a ótica dos saberes, da construção do conhecimento que se efetiva no contraditório. As próprias mulheres camponesas, durante a participação nos CECs, foram apresentando impasses, dificuldades e desafios enfrentados no dia a dia.

2- Testemunho/entrevista: Hoje vamos ouvir o testemunho de Elza Magalski, natural de Frederico Westphalen, mas que cresceu em Seberi, na mesma Região Missioneira do RS. É filha de um casal de pequenos agricultores em uma família de dez irmãos/ãs. De família de tradição e práticas Católico- Romana, Elza pauta sua vida pelos valores do Evangelho. Ela mora e trabalha em São Leopoldo, no Vale dos Sinos há muitos anos. É graduada em Gestão Pública e trabalha como Promotora Legal e em Cooperativa de Habitação Popular. Trabalha no CECA – Centro Ecumênico de Evangelização, Capacitação e Assessoria, com fortes ligações com o CEBI – Centro de Estudos Bíblicos e com as CEBs – Comunidades Eclesiais de Base. Participa da Equipe de Animação das CEBs da Diocese de Novo Hamburgo e da Ampliada Estadual de CEBs.

 3- Música: Sem Medo de Ser Mulher, com Zé Pinto e no final Dime Cómo ser Pan, com Salomé Arricibita, indicada por Elza;                                                                                                                                                                    4- Fotos: Da internet: Elza Magalski.

Áudio 1

Áudio 2

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