Revista de Rádio Nº 465 - 14 de julho de 2022

Bloco 1:
Bloco 2:
STITUTO CULTURAL PADRE JOSIMO
PROGRAMA REVISTA DE RÁDIO
Produção e apresentação: Frei João Osmar
465º programa: 14 de julho de 2022:
1- Resenha: Hoje vamos comentar sobre o assassinato de Marcelo Arruda, 50 anos que era Guarda Municipale tesoureiro do Partido dos Trabalhadores em Foz do Iguaçú, PR. Marcelo nasceu na favela, trabalhou como engraxate e chegou a ser candidato a vice-prefeito de sua cidade. Era casado e tinha quatro filhos. Foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, junto aos familiares, amigos e correligionários. A seguir na íntegra a nota da Conferência dos Bispos do Brasil – CNBB Um Clamor pela Paz de 22 de junho de 2022, antes, porém vejamos o que disse dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB sobre o assassinato do Marcelo: “insanidade que transforma uma festa de aniversário, momento de alegria e fraternidade, em cenário de violência e morte não deve ser a referência para o exercício da cidadania no Brasil”. O presidente da CNBB chama a atenção que todos precisam se unir em torno a um compromisso pela paz para que o país se torne mais justo, solidário e fraterno.
“UM CLAMOR PELA PAZ – Eu ouvi os clamores do meu povo. (Ex 3,7)
A paz de Jesus Cristo, que proporciona vida em abundância e alegria plena, é um dom precioso de Deus e desejo de todo o ser humano de boa vontade. Contudo, infelizmente, nosso mundo escuta hoje os estrondos da guerra, os gemidos da fome, o ensurdecedor barulho dos tiros que ceifam vidas e ecoam no choro das vítimas e de seus familiares. Soma-se a isso a indiferença, que fecha olhos e corações, as desculpas para nada fazer e as fake-news em seu esforço por tudo encobrir em cortinas de fumaça.
As guerras vão-se multiplicando cruelmente em diversas regiões do mundo, somando-se às abomináveis e impactantes cenas que nos chegam da Ucrânia através da mídia. São invisíveis os conflitos como em Moçambique, Iêmen, Etiópia, Haiti, Mianmar, entre tantos outros, que assumem hoje os contornos de uma “terceira guerra mundial por pedaços” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, 25).
Nestes tempos, faz-se urgente escutar as vozes de tantos que, vitimados por variadas formas de violência, clamam por justiça e paz. Esta realidade não pode ser naturalizada. É impossível aceitar o extermínio de irmãos e irmãs. Seus corpos sem vida clamam por justiça e responsabilização. Suas memórias e seus sonhos de paz devem permanecer vivos entre nós.
A desigualdade social, gerada pela concentração de renda, os conflitos religiosos, o ataque sistemático aos territórios dos povos tradicionais, o desprezo e o rechaço aos migrantes e o flagelo da fome são algumas das formas da violência estrutural visibilizada nos tempos de hoje.
Urge não fechar os olhos diante da loucura da corrida armamentista no Brasil. O número de caçadores, atiradores e colecionadores de armas de fogo (CACs), aumentou 325% de 2018 a 2021. “O gasto com armas é um escândalo, suja o coração, suja a humanidade” (Papa Francisco, 21 de março de 2022), particularmente quando alimentado por discursos fundamentalistas, inclusive religiosos, que transformam adversários em inimigos e comprometem a fraternidade.
A violência precisa ser estancada. Diante de tantas situações que nos envergonham, nós, bispos do Conselho Permanente da CNBB, voltamos a erguer nossa voz para denunciar a violência e solidariamente clamar por paz. Unimo-nos a todas as pessoas e entidades que, de coração sincero, se empenham nessa direção. Enxergamos nesse esforço o Espírito do Deus da Vida que não nos permite desanimar, nem nos deixa enredar pelas artimanhas do mal, por mais astuciosas e aparentemente convincentes que possam ser.
A vida é o maior dom! Cuidar responsavelmente da vida implica trabalhar artesanalmente pela paz (Papa Francisco, Fratelli Tutti, 225), a justiça social e o bem comum, sempre no respeito pelas diferenças, valorizando a liberdade religiosa e a verdade, dialogando até a exaustão, pois tudo isso é condição para a verdadeira paz.
Por isso, na responsabilidade de nossa missão de pastores, queremos expressar nossa palavra de esperança: aos sofredores, que não desistam, aos que têm poder de cuidar, defender e promover o bem comum, que não se omitam e aos que diretamente ferem e destroem a paz, que se convertam!
Unamo-nos em favor da verdadeira paz! Não nos deixemos abater! Não nos deixemos frustrar! O Bom Deus escuta os clamores de seu povo! Que a Bem-aventurada Virgem Maria, Rainha da Paz, interceda sempre pelo Brasil e pelo mundo.
Brasília-DF, 22 de junho de 2022.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo/Arcebispo de Belo Horizonte – MG/Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler. OFM/Arcebispo de Porto Alegre – RS/Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva/Arcebispo de Cuiabá – MT/Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado/Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro – RJ/Secretário Geral da CNBB”. Fonte: CNBB – WWW A12.com
2- Testemunho/entrevista: Hoje vamos ouvir o testemunho de Rita Casiraghi Moschen, que é nascida e criada em Caxias do Sul, onde vive até aos dias de hoje. Rita é casada, mãe de família e sempre participou da vida de sua comunidade. Quanto à sua vida profissional, formou-se muito cedo ainda, professora, profissão que desempenhou por mais de 40 anos na Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. Depois de aposentada pode dedicar mais tempo ao trabalho comunitário e às lutas sociais. Tem dedicado tempo e energia à Escola de Fé, Política e Trabalho, ligada à Diocese de Caxias do Sul. Por sua atuação na Escola de Caxias do Sul passou a colaborar na Articulação das Escolas de Fé e Política do RS e, hoje, representa a Região Sul do Brasil (RS, SC e PR) junto ao Centro Nacional de Fé e Política – CEFEP, em Brasília. No seu testemunho Rita nos fala da importância da ligação entre Fé e Política para a vida em sociedade, especialmente em nossos dias. É uma bela mensagem de fé e esperança dada por uma mulher que dedica boa parte de sua vida na luta por mais vida e dignidade para todos e todas.
3- Música: Me Gustan Los Estudiantes, com Mercedes Sosa;
4- Fotos – da internet: Rita Casiraghi.