ICPJ participa de ações de formação popular em saúde com destaque às plantas medicinais

27 de junho de 2024

Frei Wilson Zanatta está percorrendo assentamentos da reforma agrária e territórios indígenas e quilombolas

Marcos Antonio Corbari
Brasil de Fato | Porto Alegre (RS)
 

O Instituto Cultural Padre Josimo (ICPJ), contando com o apoio da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e Adveniat, está realizando mais uma jornada de formação em saúde popular com enfoque em plantas medicinais. O frade capuchinho Wilson Zanatta, que pesquisa o tema e se dedica a experenciar e sistematizar os saberes do povo a respeito dos usos dos recursos da natureza para a saúde há mais de duas décadas, está percorrendo o RS em espaços de reforma agrária, aldeias indígenas e territórios quilombolas para essa rodada de atividades. 

As atividades já estão em pleno ciclo de realização e pretendem chegar até as aldeias indígenas Guajayvi (Charqueadas), Tenonde (Camaquã), Guajai Vipoty (Canguçu), Tawai (Cristal), Guarita (Redentora), Gyro (Pelotas) e Tekoa Paraoke (Rio Grande). Já os territórios quilombolas previstos são o Palmas (Bagé), Passo da Mina (Caçapava do Sul), Picada das Vassouras (Caçapava do Sul), Companheiros de João Antônio (Candiota), Passo do Lourenço (Canguçu), Cerro da Boneca (Canguçu), Vó Ernestina (Morro Redondo) e Tio Dô (Santana da Boa Vista).

“Nosso objetivo é proporcionar o acesso de povos e comunidades vulneráveis acerca dos cuidados com a saúde, através da promoção do trabalho pastoral e promoção de cursos sobre o uso de plantas medicinais e produção de fitoterápicos”, explica Frei Wilson. “A metodologia é participativa proporcionando a troca de saberes com as Aldeias, Quilombos e Comunidades Rurais abrangidas pelo projeto, de modo que se estabeleça uma troca de saberes, algo muito característico no meio popular”, completa.

Além das aldeias e comunidades quilombolas, cerca de 30 outras comunidades rurais que são beneficiadas nos municípios de Hulha Negra, Candiota e Aceguá, através das ações irradiadas a partir da chamada “Casa do Chá”, localizada no assentamento Conquista da Fronteira, onde está sediada a comunidade interobediencial formada por frades franciscanos e capuchinhos e que assim como se dá com o instituto, também está designada com o nome de “Padre Josimo”.

Nas ações nos territórios, estão sendo também distribuídos livros sobre plantas medicinais e saberes populares, remédios fitoterápicos e chás para que as famílias beneficiárias possam ter acesso à melhor saúde. Já a estruturação da “Casa do Chá” visa garantir que as pessoas possam acessá-la e receberem informações e fitoterápicos adequados às suas enfermidades.

Parte do roteiro de atividades está sendo acompanhado pelo intercambista alemão Cedric Hückstädt (Cáritas/Comissão Pastoral da Terra), e o agente Reinaldo Tillman, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Até o momento já foram realizados 9 etapas da atividade. Outras 6 devem acontecer nas próximas semanas.