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Experiência de ATER empreendida pelo ICPJ, através de chamada pública da Anater e do MDA será apresentada na COP30

Um vídeo-relato mostrando a atuação dos extensionistas junto a beneficiados em Candiota e Caçapava do Sul será apresentado na conferência

 

Marcos Antonio Corbari | ICPJ 

 

O Instituto Cultural Padre Josimo estará representado na COP30. Além de ter a participação de delegados vinculados ao próprio instituto e representantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) em Belém (PA) para participar da programação oficial da COP30 e da Cúpula dos Povos, uma nova instância de participação foi confirmada nos últimos dias.

A convite da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) foi produzido um vídeo-relato apresentando dois casos de famílias atendidas pelo programa Ater Bem Viver Pampa. As experiências de dona Rosemeri Soares da Silva, que recebe assistência técnica da extensionista Tatiele Venâncio, no assentamento Conquista do Paraíso, em Candiota, e do casal Adelson Dias e Liziane Consul, do Sítio Chaleira Preta, assessorados pelo extensionista Deives da Silva, localizado em Caçapava do Sul, serão as protagonistas do espaço.

“Fizemos registros em vídeo, entrevistas e imagens do espaço de vivência e produção. Consideramos importante o espaço aberto pela Anater para demonstrar a importância da Assistência Técnica para os pequenos agricultores e agricultoras de matriz camponesa, sobretudo para aqueles que produzem alimento com técnicas da agroecologia”, destaca Frei Sérgio Görgen, diretor do Instituto Cultural Padre Josimo (ICPJ).

“Eu fico feliz de ter a oportunidade de falar um pouquinho para tanta gente do mundo todo que vai participar da COP30, sobre a importância do projeto de Ater. Aqui a natureza faz a parte dela, e faço a minha e o projeto, através da extensionista Tatiele, faz a dele. Assim as coisas acontecem”, relata dona Rosemeri, demonstrando com orgulho o pequeno pé de pessegueiro carregado de frutos.

 

Dona Rosimeri está transformando o espaço do seu lote no assentamento Conquista do Paraíso graças aos projetos do Governo Federal implementados pelo ICPJ

 

O lote de dona Rosimeri vem se transformando, desde que as ações de Assistência Técnica voltaram a acontecer. Ela já conseguiu também acessar outros programas que garantiram moradia digna (Minha Casa Minha Vida), segurança hídrica (Programa Cisternas) e investimento em atividades produtivas (Fomento Rural). O ICPJ ainda garante a participação da assentada e suas famílias em ações de acesso a sementes crioulas, ramas de mandioca e mudas de árvores nativas e frutíferas.

“O lote antes era dominado pela grama e pela chirca, agora dá orgulho de ver que tem uma horta bonita produzindo, um pomar que está crescendo nos dois lados da casa, a família vivendo com dignidade, a produção de alimento agroecológico e a dona Rosimeri que nos anima a seguir em frente com sua alegria e força de trabalho”, relata Tatiele.

Já em Caçapava, o caso do Sítio Chaleira Preta acontece em sentido inverso: a unidade produtiva camponesa já é uma referência constituída e o trabalho de Ater serve para reforçar as ações empreendidas por Adelson e Liziane, que inclusive já servem de apoio pedagógico para escolas que trazem seus alunos para o primeiro contato com a produção de alimento agroecológica e para universidades parceiras que realizam pesquisas e projetos no espaço.

“Temos uma trilha pelos espaços do sítio, onde mostramos que é possível produzir alimentos e preservar a natureza ao mesmo tempo”, relata Liziane, ao lado do marido, divide o tempo cuidando dos pomares, animais, horta e minhocário, com as atividades de produção de doces e panificados na agroindústria que está em fase de legalização. Em breve o local receberá também as outras famílias que participam do programa de assistência técnica para um dia de formação e troca de experiências.

Sítio Chaleira Preta, em Caçapava do Sul, é referência para agroecologia e educação ambiental

“Desde que nós compramos o espaço, nós temos o sonho de desenvolver um espaço totalmente autossustentável”, conta Adelson. Ele conta que o desafio é grande, o trabalho é duro, mas que cada vez que uma criança brilha o olho ao aprender algo novo dentro do espaço do sítio, todo o esforço passa a valer a pena. O próximo passo, segundo ele, é a conquista da certificação orgânica: “Nós já temos a prática, não utilizamos nenhum tipo de veneno, cuidamos das sementes e das mudas, produzimos nosso próprio adubo, mas ainda falta esse reconhecimento oficial, o documento”.

Para Deives, que já atuou com Adelson e Liziane em outro programa de Ater, a relação é de troca: “Nós trazemos informações, fazemos orientação sobre processos que já conhecemos, mas também aprendemos com eles, é uma relação de troca muito bonita e interessante”.

Atualmente o Instituto Cultural Padre Josimo atua em três chamadas de Ater em parceria com o Governo Federal, através da Anater e do MDA. O Ater Bem Viver Pampa atende 500 famílias em 14 municípios, com foco na preservação de recursos hídricos e fomento à produção de alimentos. Já as outras duas chamadas são referentes ao Ater Bem Viver Centro-Oeste, Sul e Sudeste, que alcança conjuntamente 700 famílias em 16 municípios no Vale do Rio Pardo e Taquari, tem foco na reconstrução de espaços produtivos atingidos pelas enchentes de 2023 e 2024 e na transição agroecológica.

Para Geovani da Silva, coordenador do Ater Bem Viver Pampa, esta ação é fundamental para fortalecer agricultores familiares, assentados e quilombolas, demonstrando o impacto transformador das políticas públicas. “A assistência técnica é um eixo integrador que viabiliza o acesso a programas essenciais, como o Cisternas para segurança hídrica, o Fomento Rural e o crédito para investimento produtivo, e o Minha Casa Minha Vida para moradia digna”, comentou. “Dessa forma, a Ater não só promove a segurança alimentar através da produção agroecológica, mas também garante condições básicas de vida, consolidando um modelo de desenvolvimento rural sustentável e com dignidade”, completou.

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