Revista de Rádio Nº521 - 10 de agosto de 2023



Bloco 1:

Bloco 2:

INSTITUTO CULTURAL PADRE JOSIMO 

PROGRAMA REVISTA DE RÁDIO

Produção e apresentação: Frei João Osmar

521º programa: 10 de agosto de 2023:

1- Resenha: Hoje vamos tratar sobre o sobre a “Cúpula da Amazônia”, que reuniu chefes de Estados dos países que têm partes de seu território na região amazônica, convidados por Lula para um encontro em Belém do Pará no Brasil, nos dias 8 e 9 de agosto. Aqui sigo o artigo da Tereza Cruvinel publicado no site do Brasil 247. No link abaixo você tem acesso ao todo da publicação.

                                                                                        Com a Cúpula da Amazônia, apesar de Petro, Lula se afirma como liderança global da questão ambiental – Tereza Cruvinel – Brasil 247

A realização da Cúpula da Amazônia foi, sem dúvida, o fato mais importante deste ano na política externa brasileira, escreve a colunista Tereza Cruvinel. Prestem atenção a esta sigla: OTCA, que significa Organização do Tratado da Cooperação Amazônica. Daqui para a frente ela aparecerá sempre nas discussões sobre Amazônia, clima e preservação ambiental. Ela será o órgão executivo do pacto firmado pelos governantes dos oito países amazônicos, sintetizados nos 113 pontos da Declaração de Belém. A realização da Cúpula da Amazônia foi, sem dúvida, o fato mais importante deste ano na política externa brasileira, consolidando o papel do presidente Lula como líder global nas questões de clima e meio ambiente. E este é um lugar que o Brasil pode e deve mesmo ocupar, pela riqueza de sua biodiversidade, por sua dimensão, por abrigar a maior parte de uma floresta tropical com forte impacto sobre a mudança climática do planeta. E também por ter agora um presidente comprometido com a questão, ao contrário do que se foi. É verdade, como destacou a cobertura da mídia, que a Declaração de Belém não fixou metas quantitativas, seja para a contenção do desmatamento ou para os 113 objetivos fixados. Mas ali não se tratava de um plano de trabalho de curto ou médio prazo, e sim de compromissos estratégicos. O documento preconiza que agora a OTCA, até aqui desconhecida, torne um organismo vivo e atuante, articulador das iniciativas conjuntas. Nelas é que virão as metas. Para isso haverá uma secretaria executiva e um orçamento para fazer cumprir a Declaração (com dinheiro dos estados-parte e dos doadores).

         A reunião de ontem, entre os presidentes e representantes dos que não compareceram pessoalmente (os da Venezuela, Suriname e Equador), foi precedida dos Diálogos Amazônicos, que reuniram mais de 27 mil pessoas em mais de 400 eventos, debates e discussões: movimentos sociais, povos originários de todos os países, acadêmicos e estudiosos, governantes locais e também representantes de organizações financeiras lá estavam. Mas, para o mundo, o que contava eram os compromissos da declaração final, que foi minuciosamente negociada nos últimos 30 dias pelo Itamaraty, o chanceler Mauro Vieira e a ministra Marina Silva, principalmente. Há uma ênfase maior em medidas para evitar que a floresta chegue ao ponto de não retorno, quando não mais se regenera e virar savana, mas também em políticas hídricas,  combate ao crime, desenvolvimento sustentável, pesquisa e cooperação científica, proteção dos direitos humanos e dos povos originários, entre outros tantos. Desde o início a Colômbia insistiu na inclusão de um compromisso com a não abertura de novas frentes de exploração de petróleo na região. E o Brasil, que vive o dilema de explorar ou não as reservas da chamada Margem Equatorial, naturalmente recusou este ponto. Um compromisso desta ordem é arriscado, quando se sabe que a transição energética caminha a passos muito lentos no mundo. Por muito tempo ainda, os países ainda dependerão, uns mais e outros menos, da energia de origem fóssil – poluente e danosa ao clima. Ontem o presidente da Colômbia reagiu à recusa de sua proposta, que foi contemplada na Declaração com uma sintética promessa no ponto 79: “ Iniciar um diálogo entre os Estados Partes sobre a sustentabilidade de setores tais como mineração e hidrocarbonetos na Região Amazônica, no marco da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e de suas políticas nacionais soberanas;”

            Em seu discurso, Gustavo Petro fez críticas claramente endereçadas ao Brasil, criticando o que chamou de “negacionismo de esquerda”, e também o empenho em buscar ajuda financeira dos países ricos para a preservação da Amazônica, coisa que Lula faz com frequência, e que foi expressa no próprio documento final, com menção aos prometidos US$ 100 bilhões/ano. “Há um enorme conflito ético, sobretudo por forças progressistas, que deveriam estar ao lado da ciência”, disse Petro, sugerindo que, para além de preservar a floresta, é preciso observar o consenso científico sobre o impacto climático dos combustíveis fósseis. Mais tarde o presidente da Petrobrás diria que o petróleo pode ajudar a financiar a transição energética. Este foi um dissenso importante na cúpula mas não capaz de reduzir sua importância, e principalmente, as promessas que dela emanaram. Se os governantes da região forem capazes de implementar um quarto do que foi desenhado no documento, o mundo ganhará muito. E, embora Petros ache dispensável a ajuda dos países ricos na preservação do que interessa também a eles, é possível que a iniciativa de Lula, ao realizar a cúpula, resulte em contribuições mais significativas para o Fundo Amazônia e para a implementação dos objetivos de Declaração, agora através da OTCA.          Na geopolítica amazônica,  quem se candidatou a realizar e sediar a nova cúpula,  em 2025, foi …a Colômbia.  Mas, naquele ano,  Belém poderá estar sediando a COP-30. O apoio à candidatura do Brasil foi um dos pontos da Declaração.

 2- Testemunho/entrevista: Hoje vamos ouvir o testemunho do prof. José Luiz Possato Jr., que é natural de São Carlos, SP, já morou em Curitiba, PR e há mais de 20 anos mora e trabalha em São Leopoldo, RS. Zé Possato, como também é conhecido, tem quase 50 anos é casado, pai, professor da Rede Pública Estadual, assessor do CEBI onde faz a ligação entre Bíblia e Juventudes, gosta de trabalhar com a juventude, pois ele mesmo tem origem na Pastoral da Juventude PJ e atualmente mantém um canal na internet para comunicar-se com as pessoas nestes tempos de pós pandemia do coronavírus. Zé Luiz é Doutor em Educação Literária, onde desenvolve a proposta de apresentar o teatro como forma de educação juvenil. Na sua fala ele nos conta um pouco de sua vida pessoal, familiar e profissional. Ele nos deixa um belo testemunho de vida e de militância no enfrentamento da crise que estamos vivenciando.                           3- Música: O Trono de Estudar – Movimento Ocupa Escolas SP com Chico Buarque e outros;                      4- Fotos: Acervo pessoal José Luiz Possatto Jr.