Revista de Rádio Nº 550 - 29 de fevereiro de 2024
Bloco 1:
Bloco 2:
INSTITUTO CULTURAL PADRE JOSIMO
PROGRAMA REVISTA DE RÁDIO
Produção e apresentação: Frei João Osmar
550º programa: 29 de fevereiro de 2024:
1- Resenha: Hoje vamos tratar sobre o avanço de áreas de clima árido no Brasil, especialmente no nordeste. seguimos aqui matéria publicada nesta semana no site do Brasil de Fato, cuja íntegra você encontra acessando o link abaixo.
Primeira região árida do Brasil é registrada na Bahia e pode | Geral (brasildefato.com.br)
Estudo divulgado no fim de 2023 pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) registrou pela primeira vez no Brasil uma região de clima árido, com redução de nuvens, diminuição das chuvas e aumento da incidência de radiação solar de ondas longas sobre a terra. As características permitem classificar a região, no norte da Bahia, como árida. Sobre o tema, o programa Brasil de Fato Pernambuco entrevistou Carlos Magno, mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. Magno também é coordenador do Centro Sabiá e integrante da Plataforma Semiáridos, iniciativa em defesa dos semiáridos da América Latina, liderada pela ONG estrangeira Coalizão Internacional pela Terra (ILC).
Magno destaca que o problema não é exatamente novo. “A mancha de território árido entre a Bahia e Pernambuco é consequência de um processo que tem acontecido há pelo menos 20 anos, segundo o INPE.” As fotografias de satélites mostram que a região semiárida do Nordeste cresceu 48% entre 1999 e 2022. “Um aumento de 430 mil hectares”, pontua ele. Há mais água evaporando do solo e das plantas do que retornando via chuvas. “Está chovendo pra cima”, resume Carlos. “Isso resulta na distribuição dos ecossistemas e na falta de vegetação. Nessa área a formação de nuvens é muito menor que noutras, o que torna essa área mais atingida por radiação solar, com mais evaporação.” Com menos nuvens, menos chuvas e mais sol, o caminho natural, segundo Carlos Magno, é que essas regiões tornem-se desertos. “Mesmo que as chuvas voltem ao normal, o solo já está degradado, não produz mais comida”, lamenta. A tendência é de crescimento no tamanho das áreas nessa situação.
Papel do Governo
O articulador social acredita que os poderes públicos, especialmente a União e os governos estaduais, precisam dar a devida atenção ao problema. “Precisamos de políticas estaduais, nacionais, planos e orçamentos generosos para que essas populações consigam se adaptar e mitigar os efeitos causados por esse processo climático”, propõe Carlos. “Precisamos investir em tecnologias sociais para universalizar o acesso a água para essas populações”, diz ele. Na avaliação do especialista, no Brasil, tanto no governo como na sociedade, “não temos dado a devida importância a esse problema, que é lento, mas é grave. Não tomamos consciência desse processo”, diz. “A população nem sabe e nem entende o que está acontecendo, porque não é algo fácil de explicar”, completa. No Brasil, quando as pessoas pensam em lugar seco, pensam no Sertão. Acontece que nem sempre o Sertão foi assim. “É um quadro que vem mudando, piorando”, diz Magno. Ele lembra ainda que há cidades grandes nessas regiões. “Além dos centros urbanos, há comunidades rurais que vivem exclusivamente de recursos da agricultura e que estão sendo duramente afetadas”, lamenta.
Cerca de 27 milhões de pessoas (13% da população brasileira) vivem no semiárido, composto por 1.427 municípios. É o semiárido mais populoso do mundo. Dentro da nova região árida no norte da Bahia estão boa parte dos municípios da região do Itaparica (Abaré, Chorrochó, Macururé e parte de Rodelas). Foram “poupados” os vizinhos Glória e Paulo Afonso. Na região do Sertão do São Francisco, trechos de Curaçá e Juazeiro também se tornaram áridos. Em Pernambuco, os municípios de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó, Belém do São Francisco e Itacuruba fazem fronteira com as regiões áridas baianas.
2- Testemunho/entrevista: Hoje vamos ouvir o testemunho de Rita Casiraghi Moschen, que é nascida e criada em Caxias do Sul, onde vive até aos dias de hoje. Rita é casada, mãe de família e sempre participou da vida de sua comunidade. Quanto à sua vida profissional, formou-se muito cedo ainda, professora, profissão que desempenhou por mais de 40 anos na Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. Depois de aposentada pode dedicar mais tempo ao trabalho comunitário e às lutas sociais. Tem dedicado tempo e energia à Escola de Fé, Política e Trabalho, ligada à Diocese de Caxias do Sul. Por sua atuação na Escola de Caxias do Sul passou a colaborar na Articulação das Escolas de Fé e Política do RS e, hoje, representa a Região Sul do Brasil (RS, SC e PR) junto ao Centro Nacional de Fé e Política – CEFEP, em Brasília. No seu testemunho Rita nos fala da importância do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara – CEFEP, sua organização e funcionamento.
3- Música: O Trono de Estudar com Chico Buarque e outros;
4- Fotos: Da internet/ Arquivo do CEFEP: