Projeto de apoio à mulheres feirantes de Candiota entrega último repasse de equipamentos

4 de dezembro de 2018

Usina Pampa Sul, Instituto Padre Josimo e Prefeitura Municipal entregaram tendas especialmente desenvolvidas para cada feirante

Já faz um bom tempo que o grupo de mulheres que compõem a Associação das Produtoras da Agricultura Familiar e Artesãs da Feira de Candiota “Guerreiras do Campo” se tornou uma referência local e regional quando o assunto é produção agroecológica e autonomia feminina. Esses conceitos, porém, vem recebendo renovado destaque depois das recentes conquistas protagonizadas pelo grupo que tem ampliado o alcance das ações a partir do núcleo de comercialização, estabelecido a partir da feira. Contando com um novo projeto de fomento, amparado pela Usina Termoelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski), Prefeitura Municipal de Candiota e Instituto Cultural Padre Josimo, o grupo vem recebendo ao longo dos últimos meses uma série de equipamentos que estão sendo agregados ao patrimônio da associação e já vem dinamizando produção, manejo, transporte e comercialização de seus produtos.

Na última quinta-feira, 28/11, receberam o último dos três repasses de equipamentos provenientes do projeto voltado à qualificação do trabalho do grupo, ampliando a geração de renda e dinamizando a economia do município. Na atividade, que contou com roda de conversa e almoço com cardápio preparado com produtos agroecológicos, foram entregues 15 tendas (3x3m), para cada feirante, e duas tendas 5x5m para a gestão integrada da associação. Os equipamentos foram desenvolvidos pela empresa Faço Elétrica e Mecânica Industrial, levando em conta as necessidades e demandas do grupo de feirantes: “Desenvolvemos uma estrutura que combina material de alta resistência e durabilidade com procedimentos de montagem facilitados, que permitem que duas pessoas executem o procedimento facilmente, somente com encaixes manuais, sem precisar utilizar nenhum tipo de parafusos ou ferramentas”, explicou Omar Farias, responsável pelo desenvolvimento.

Para a presidente da associação, Olália Fátima da Silva, o dia foi de comemorar e agradecer. “Nós estamos dando mais um passo na consolidação da nossa associação e da nossa feira, agora já conseguimos fazer um pouco mais e chegar um pouco mais longe, graças a participação de cada uma e de cada um que acreditam nessa ideia e a todos os parceiros que foram se somando nessa caminhada”, afirmou. Para a presidenta da associação, a feira é mais do que uma alternativa de renda para as famílias, é uma iniciativa de empoderamento das mulheres que as transforma em empreendedoras rurais. O trabalho de sol a sol que compõe a rotina da camponesa e do camponês também foi relembrado por Olália, que explicou que conforme a feira cresce, também aumenta o trabalho na unidade produtiva onde a família trabalha, mas ressaltou que todas ali estão prontas para trabalhar e crescer ainda mais. “Isso é só o início, a gente ainda vi muito mais longe!”, arrematou.

Nas etapas anteriores do projeto já havia sido entregues equipamentos de refrigeração (geladeira, freezer e balcão frigorífico), de transporte (caixas térmicas), preparo (fogão industrial), além de mesas e cadeiras dobráveis que podem ser transportadas. Recentemente também foi reformada pela prefeitura um veículo Kombi que é utilizado pelas feirantes, que agora também recebeu quatro pneus novos, oportunizando que se possa colocar em prática feiras itinerantes em outros pontos além dos que já sã atendidos atualmente.

Para o representante da UTE Pampa Sul, o analista social Fulgêncio de Amorin Duarte,  o projeto das feirantes representa um projeto de geração de renda local importantíssimo. “É uma satisfação muito grande para nós da empresa estarmos fazendo parte dessa atividade hoje, apoiar essa iniciativa e ver que ela está dando certo, está crescendo”. Fulgêncio destacou uma característica importante que notou estar presente no grupo de feirantes: a perseverança. “Graças ao trabalho e a luta de mulheres do campo como vocês, que perseveram nos desafios de cada dia, que produtos de tanta qualidade como os que vemos aqui chegam até a mesa das famílias”, acrescentou.

O diretor do Instituto Cultural Padre Josimo, Frei Sérgio Görgen, também enalteceu a perseverança das feirantes que fazem parte do grupo, fazendo jus ao título de “Guerreiras do Campo” que vincularam ao nome da associação. “Além dessa obstinação por buscar os seus objetivos, nós identificamos uma forte capacidade de diálogo para definir as melhores metas a respeito do que é possível e do que é mais útil ser obtido em cada momento”, afirmou. Para Görgen, o exemplo das feirantes de Candiota serve para ser replicado em outras iniciativas, onde se prioriza o espírito coletivo, compreendendo em conjunto as necessidades e potencialidades, e cooperando para construir as alternativas necessárias.

               Durante o ato também estiveram presentes representantes de outros setores da administração municipal, cooperativas, Câmara de Vereadores e Banco do Brasil. Atualmente são 15 feirantes todas assentadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que compõem a feira e comercializam produtos in natura (hortaliças, legumes, grãos, frutas, tubérculos, cereais, ervas e ovos), agroindustrializados (frios, doces, compotas, pães, temperos, queijos, entre outros) e itens de artesanato. A produção agroecológica, não utilizando veneno nos cultivos, é um dos elementos norteadores da ação.

 

Confira o cronograma de atendimento das feirantes:

 

Sede do Município

Local: Galpão do Produtor – na Praça Dario Lassance

Dias: sextas e sábados

Horário de atendimento: 8h às 17h

 

Vila Residencial

Local: Praça

Dias: sextas-feiras

Horário de atendimento: 8h às 17h

 

Vila Operária

Local: Em frente a Escola Faro

Dias: sábados

Horário de atendimento: 8h às 17h

 

Marcos Antonio Corbari

 Jornalista – ICPJ|BDF-RS|MPA